No passado dia 30 de Outubro, o Estrolabio dedicou toda a sua edição (textos, poemas, entrevistas, vídeos) à comemoração do centenário do nascimento de Ricardo Carvalho Calero (Ferrol, 1910 — Compostela, 1990). Carvalho Calero é uma figura cimeira da intelectualidade galega do século XX, escritor e filólogo, tendo sido o primeiro Catedrático de Língua e Literatura Galegas na Universidade de Santiago de Compostela.
Hoje trazemos notícias de duas outras homenagens do dia 30 de Outubro: a inauguração do monumento a Carvalho Calero e o resultado do concurso musical Musicando Carvalho Calero.
Monumento a Ricardo Carvalho Calero
Na Galiza, entre as várias iniciativas organizadas para celebrar o seu centenário esteve a inauguração em Santiago de Compostela dum monumento a Carvalho Calero.
A estátua, da autoria do escultor José Morales, inscreve numa das faces da base uma frase representativa das ideias e visão de Carvalho Calero sobre a língua: "A fala da Galiza, o portugués de Portugal, o portugués de Brasil e o portugués dos distintos territorios lusófonos forman un único diasistema lingüístico conhecido entre nós popularmente como galego e internacionalmente como portugués".
Concurso Musicando Carvalho Calero
Como parte dos eventos dedicados ao centenário de Carvalho Calero, a AGAL (Associaçom Galega da Língua) idealizou em parceria com o portal de música em galego Komunikando.net
o concurso “Musicando Carvalho Calero”. O objectivo deste concurso musical foi o de celebrar e dar a conhecer a figura e importância de Carvalho Calero para a língua e cultura galegas, musicando a sua obra poética.
Foram 17 os temas apresentados a concurso, de entre os quais - por votação conjugada da internet (1/5 da pontuação) e dum júri (4/5 da pontuação) constituído por Xavier Freire, poeta; Carlos Quiroga, escritor e os músicos Carlos Valcárcel (Projecto Mourente) e Leo Campos (Leo i Arremecághona) – saíu vencedor o grupo “A Minha Embala”, constituído pela angolana Aline Frazão (voz, guitarra) e pelo segoviano César Herranz (flauta transversal, percussão), com uma versão do poema de Carvalho Calero “Maria Silêncio”.
A canção vencedora bem como as outras 16 podem ser ouvidas em:
Temas apresentados a concurso
A Orquestra Filarmónica de Osaka
A Foice é um projeto sonoro nado na freguesia do Alcavre, lugar que pouca gente conhece mas que muita gente pisa. Já que é a paróquia que mais praias aglutina do monstro Vigo.
Simplesmente dizer que na anti-freguesia das anti-freguesias pode-se olhar que há um bocadinho de vida. Muito miúdo mas um bocadinho.
A Orquestra Filarmónica de Osaka
Os amigos dos músicos decidírom tomar emrpestados os instrumentos, para, por umha vez, serem eles os que andam a enredar.
Automóvel
Depois de anos na clandestinidade Joe Estrume, Kickin' Asses, Brus Lays e Mike Triana decidem sair à rua e enfrentar-se ao mundo, fazer-se um oco na nova Casa jurássica de Meijonfrio e imitar descaradamente os seus músicos favoritos. Até o de agora encontravam-se agachados em diferentes pontos da geografia galega participando em diferentes bandas de música moderna que preferem omitir para nom danarem a sua imagem.
A primeira peça que registam é umha homenagem ao Professor Carvalho Calero, adaptando o poema “Automóvel” para apresentar a um concurso convocado com motivo do centenário do nascimento do escritor. Logo que ganhado o certame, gravarám um disco e voltarám à clandestinidade de onde nunca deveriam ter saído.
The Tetas' Van
Luísa Sorriso
The Tetas' Van queremos fazer-vos dançar musicando Luísa Sorriso de Carvalho Calero. O nosso projeto nasce no Outubro de 2010, a raiz do concurso Musicando Carvalho Calero. A Banda está formada por Lucía Gil (voz), María Mendoza (teclado e coros), Paula Conde (baixo), Lorena Negreira (bateria), Iván Varela (saxo) e Benjamín Rodriguez (trompete).
Todas somos colaboradoras e participantes doutras bandas do panorama musical galego: Dementia, Ergom, Mr. Magoo, Lamatumbá, etc...
O nosso estilo pretende misturar ritmos como o Swing, o Ska, o Funk, o Jazz, o Rock... Aqui tendes um grupo maioritariamente feminino que pretende revolucionar o espectáculo destacando a importância da mulher no cenário.
O nosso estilo pretende misturar ritmos como o Swing, o Ska, o Funk, o Jazz, o Rock... Aqui tendes um grupo maioritariamente feminino que pretende revolucionar o espectáculo destacando a importância da mulher no cenário.
Milhomes
Afastado de Venus
Milhomes é um rapeiro cambadês de nascimento, onde viveu grande parte da sua vida até partir, com 22 anos, primeiro a Berlim e depois a Madrid onde está a viver desde entom. Está a fazer rap desde os dezaoito anos, tem algumhas colaboraçons pontuais com vários rapeiros da península e colabora habitualmente com o rapeiro malaguenho Nanduss. Desde 2010 colabora no projeto Língua Nativa: que pretende lançar artistas lusófonos baixo um selo independente e criativo, comprometido com a língua comun e mais com umha arte original e pessoal; por riba de géneros e tendências.
A música esta composta e produzida por Deloise.
As avoas filólogas
Eu protesto contra mim mesmo
Todas elas sabem que entre A Guarda e Caminha todas as avoas se entendem. Só nos fica uma oportunidade, que as avoas galegas, portuguesas e brasileiras se entendam. Quem entende, compreende. Viva o Estraviz, Viva a Porto editora e Viva o Aurélio!. Se somos uma língua que se note.
As avoas filólogas pretendem com a sua música reivindicar, numa via libertária, que ninguém é melhor do que o outro. Os esquemas fixos para quem os quiser. As avoas filólogas gostam de ler, mas isso é outro conto.
Intranxeira
Xadres sobor lençois
O conjunto artístico Intranxeira levam pouco tempo juntos, mais estam de acordo numha cousa: de infiltrar, a través da beleza ou disonancia, a zonas tenras e maleabeis das ánimas para alentar a imaxinaçom. O cantante, portavozeiro do grupo, mora em Santiago de Compostela, onde trabalha e estuda, cultiva umha horta e toca Ragtime. Os outros membros do grupo estam dispersados pola Galiza, reunindose cando a vida permita.
Nom sei se matei
Labazada é um grupo formado no 2006, que fam umha mestura de hardcore, metal e punk que como eles mesmos descrevem, "Mais que HardCore o que fazemos é HiperCore".
Labazada som Lola e Fosi às vozes, à guitarra Alberto, Tejo ao Baixo e Chata à bateria.
Les Trois de Cora
Jimmy mais eu
Cora é a maravilhosa vocalista deste curioso encontro entre Les Trois de Cora e Os Irmáns Makarenko. Juntos formam em 1984 um conjunto atípico no cenário musical europeu, umha fusom entre tradiçom trobadoresca galega, chanson française e música eletrónica. Pouco conhecidos na península, este coletivo destacou, no entanto, em numerosos festivais alternativos europeus bem como na imprensa inglesa polo polémico assalto a umha famosa joalharia londinense de que fôrom protagonistas nos anos noventa.
Automóvel |
O grupo de funk-rock ourensano Leite de Nai apresenta a concurso este tema gravado no meio dum souto do concelho de A Teixeira, na Ribeira Sacra. O tema é um adianto da nova gravaçom que o grupo editará no Natal.
Nom sei se matei
Ruxe-Ruxe, formou-se em 1996 na aldeia de Arins em Compostela. A sua música é umha mistura de rock&roll e música tradicional galega, combinada com umha atitude descaradamente punk. Umha chamativa proposta de instrumentos elétricos e elementos rockeiros com outros muito mais puramente galegos e tradicionais como a gaita para entrar em cheio no chamado folk-rock. As suas letras som integramente em galego e falam do quotidiano e da realidade que rodeia a banda, sempre a partir do prisma do realismo mágico, e misturando o conteúdo social com a festa e a poesia.
Luísa Sorriso
Esquios somos umha banda da Estrada com 4 trabalhos editados e multitude de concertos por toda a Galiza ao nosso lombo. Neste tema mutamos de novo o nosso som com respeito ao nosso derradeiro trabalho (Galician carraxe on garaxe) e musicamos encantados o poema "Luísa sorriso" dando-lhe um ar ska e voltando a sons mais limpos. Modificamos a letra do poema um chisco e introduzimos um retrouso doutro poema, tentando que nom perda a essência original, mostrar outra face do amor. Aguardamos que gostedes.
Maria Silêncio
A minha embala é um projecto da angolana Aline Frazão (voz, guitarra) e do segoviano César Herranz (flauta transversal, percursão), ao encontro das expressões musicais dos diferentes países de língua portuguesa. Movemo-nos no universo musical de Angola, Cabo Verde, Brasil, Portugal e Galiza, cantando em português, crioulo, kimbundu e umbundu.
O nome “A minha embala” surgiu muitos meses depois do nascimento do grupo.
“Embala” é uma palavra do português de Angola que vem do kimbundu “bwala”. Uma bwala é uma comunidade, uma aldeia, um bairro. A ideia deste nome vem de um poema de Alexandre Dáskalos musicado pela Aline, “Que é S.Tomé”.
Desde o céu com amor
Ataque Escampe gosta de definir o seu estilo como rock de série B porque partindo de umha instrumentaçom singela mas variada (do banjo ao hammond, do kazoo à percussom electrónica, da trompa à harmónica), oferece umha proposta musical que trata de ser sólida e autónoma, enquadrável numha trajetória antivirtuosa praticamente inédita na Galiza. O rock de série B é um jeito de entender a música que abrange um ingente abano de géneros bastardos, desde o bolero ao punk, passando polo valse, o tango, a cançom popular galega, o country, o fox-trot, o soul ou o rap.
O funcionamento como grupo sem destacar autorias no seu interior, o emprego do galego como única língua e a reciclagem de músicas malditas completam a filosofia vital de umha banda que pratica o "do it yourself" mais brutal, poético e desvergonado.
O tema que apresentam, com o título "Desde o céu com amor", é um tema próprio que pretende ser umha espécie de testamento apócrifo de Carvalho.
Nom sei se matei
Semanais como El País, Interviú ou a mesma Guitar Player dedicárom vários artigos a grupos musicais, mas nunca a este conjunto.
Alféizar é, como diria Paco de Lucía, um grupo desconhecido por ele, e por Paul McCartney, o dos Beatles. Alféizar som esses da foto, Américo e Stif, que aceitárom o desafio e isto foi o que lhes saiu.
Mulher
O Verme Homicida é um projecto musical de Jorge Rodríguez (guitarra de Esquíos), onde ele canta, compom e toca todos os instrumentos. Conta com a colaboraçom letrística de Javier Escuredo nalguns temas.
A intençom é fazer música polo prazer de a fazer, sem mais, tendo presente talvez a apresentaçom em direto num futuro. As influências som mui variadas e no seu myspace podem-se escuitar quatro temas que aguardamos gostedes. Um deles foi selecionado como finalista no Cantalingua deste ano, o tema Irrompible.
Todo termina mal
Avante! é latejo do Vale de Loureda. Um berro corajoso que abrochou no fundo do peito de Diego Bernal (guitarra rítmica) e Alberto Pombo (guitarra solista e voz) e que encontrou apoio nas vozes e nos coraçons de Rubém N. ‘Kako’ (baixo) e Iago F. Vidal (bateria) para dar forma de grupo a um sonho de liberdade.
Debutantes acima dos cenários em Abril de 2010, apresentando a fita-demo ‘Galiza metal’, os Avante! som o resultado musical dum amor entranhável pola Galiza. Quatro grandes amigos a conjugarem realidade e sentimento, terra e língua sempre.
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