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terça-feira, 17 de maio de 2011

Sempre Galiza! – 17 de Maio é o Dia das Letras Galegas. É hoje!

publica-se às 3ªs e 6ªs

coordenação Pedro Godinho

A Imperdível, a loja electrónica da Associação Galega da Língua (AGAL), celebra o dia das letras galegas oferecendo um desconto de 10% em todas as compras feitas neste 17 de Maio. Aproveitem os títulos disponíveis.

Ato de homenagem a Guerra da Cal no Dia das Letras

O evento incluirá leituras de poemas e um roteiro de língua e história pelas ruas de Compostela

PGL - O vindouro dia 17 de maio, Dia das Letras Galegas, às 11h30 em Compostela, diante do monumento a Ricardo Carvalho Calero, terá lugar um ato comemorativo e de homenagem no centenário do nascimento do professor, investigador e poeta galego Ernesto Guerra da Cal (1911-1994).

Guerra da Cal foi sem dúvida o poeta galego que mais eco teve dentro e fora da Galiza, como testemunha a abundandíssima bibliografia transnacional e transcontinental a que deu origem a sua obra. Foi também o professor galego de mais prestígio internacional, autor da por muitos conceitos monumental Língua e Estilo de Eça de Queiroz, e duma viçosa obra devotada à nossa cultura, para a que viveu e pela que padeceu até morrer no exílio, consequente com as suas ideias e firmes ideais.

O ato incluirá a leitura de poemas de Guerra da Cal e de Lois Pereiro, grande poeta galego que também será lembrado. Após a homenagem realizar-se-á um roteiro de língua e história pelas ruas de Compostela, guiado pelo professor André Pena Granha, de participação livre e duração aproximada de uma hora.

A Fundação Meendinho elaborou para o dia das letras de 2011 a seguinte Petição GALEGAS E GALEGOS: ENVEREDEMOS O CAMINHO CERTO, que pode ser subscrita em http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=DLG2011:

A fala da Galiza, o português de Portugal, os português dos distintos estados lusófonos, forma um único diassistema internacional, conhecido entre nós popularmente como galego e internacionalmente como português

Ricardo Carvalho Calero


1- A Língua da Galiza é uma criação original coletiva do nosso povo, que nos faz ser o que somos ao nela vivermos socialmente como tais, pois por cima de qualquer outra cousa ela representa o espírito da nossa alma coletiva como povo diferenciado e original.

2- Portugal esse cerne da velha Galiza, estendeu a nossa língua polo mundo, fazendo dela uma das mais importantes línguas internacionais. A língua da Galiza é, nas palavras tradicionais do galeguismo, extensa e útil.

3- O povo galego na sua língua extensa e útil está e é no mundo, porém sem ela ficará morto.

4- Denunciamos que sob a pretensa normalização da língua da Galiza, sempre inacabada, as autoridades espanholas apresentam a língua nacional carente de qualquer sentido de utilidade e expurgada da sua dignidade e da sua condição de ser uma das línguas europeias de maior difusão internacional, usada em todos os continentes, que com a variedade própria das línguas internacionais é falada por centos de milhões de pessoas no mundo.

5- Enquanto se reforça continuamente o fator da utilidade e a correspondente necessidade da língua castelhana; para a língua da Galiza, o galegoportuguês ou português da Galiza as políticas reduzem-no, a um sentimento carente de utilidade e necessidade, o que a faz perceber como uma escolha na intimidade privada e sentimental, despida do que é a realidade das línguas: Uma criação coletiva que se vive socialmente e como tal é necessária e útil.

6- Na Língua da Galiza cria-se, edita-se, publica-se, como o que é, uma das línguas internacionais do mundo. Denunciamos com o amparo das leis europeias -repetidamente violadas polas autoridades espanholas- ante o nosso povo, os povos do mundo e de jeito especial os da lusofonia que compartimos- que a receção dos meios portugueses de todo tipo, especialmente as televisões segue absolutamente banido da Galiza ao norte do rio Minho, sob as práticas mais corruptas, falsas e vergonhosas.

7- Lembramos, que neste ano de 2011 cumpre-se o 1600 aniversário do nascimento -nas suas palavras- Gallaeciorum Regnum, que com o centro na velha e histórica capital da Galiza –Braga- foi o fermento para o povo galego como tal ser gerado, tanto no que respeita a Portugal, como à Galiza do estado espanhol, que acabou usufruindo esse nome -.

8- Os assinantes, queremos lembrar a todo o nosso povo, que a Galiza foi um reino livre com as suas pegadas na história do mundo e da velha Europa, pleno de sucesso, e que como tal viveu até que a terrível guerra de 15 anos (chamada naquela altura de doma e castração) a seguir a batalha de Toro de 1486, nos submeteu a Castela. Pensamos que é momento de tornarmos à rota certa e relacionarmo-nos com os nossos vizinhos sob os princípios do respeito e da fraternidade solidária.

9- Neste ano, centésimo do nosso grande homem das letras Ernesto Guerra da Cal, queremos destacar a sua figura que tem que ser um farol do agir polo caminho certo e seguro o nosso povo, compartindo esse farol com o do seu bom amigo o também professor Ricardo Carvalho Calero, ante cujo monumento nos achamos.


O Dia das Letras Galegas

O Dia das Letras Galegas começou a ser celebrado em 1963. Desde então, o dia 17 de Maio é dedicado à língua e à literatura galegas. A primeira data foi escolhida de modo a coincidir com a comemoração do centenário da primeira edição de Cantares Galegos, de Rosalía de Castro. Anualmente, a Galiza passou, assim, a homenagear um autor. Para poder ser considerado há que reunir três condições cumulativamente: ter uma obra literária relevante escrita em galego; ter falecido há dez ou mais anos; e, ser indigitado por, pelo menos, três membros da Real Academia Galega.

No Estrolabio, desde o início, demos um espaço à Galiza e às temáticas galegas – políticas, culturais e literárias – e continuaremos a fazê-lo. Criámos mesmo um espaço regular dedicado – Sempre Galiza! – publicado ás 3ªs e 6ªs, mas não exclusivo – as letras galegas, como outras da língua portuguesa, não estão limitadas por um calendário ou secção, espalham-se pelos várias entradas e secções.

Recentemente, iniciámos a publicação sucessiva de textos dos autores já escolhidos para um Dia das Letras Galegas [lista no fim], e fá-lo-emos para todos e cada um deles: de Rosalia de Castro (1963) a Lois Pereiro (2011).

E com eles outros autores galegos que nos cativem.

Aqui vos deixamos (é clicar e ler), como forma de nos associarmos a este 17 de Maio, a selecção dalgumas das entradas portu-galegas publicadas no Estrolabio:

A poesia galego-portuguesa

Rosalía de Castro e o Rexurdimento galego

Cantares de Rosalia

Rosalia de Castro, A Gaita Galega

Rosalia de Castro, Adeus, rios; adeus, fontes

Rosalia de Castro, Negra Sombra

Daniel Castelão: língua e nação

Daniel Castelão, Um conto triste

Daniel Castelão, Uma rua num porto distante

Daniel Castelão, O Retrato

Daniel Castelão, Os velhos não devem enamorar-se e Lela

Eduardo Pondal, o bardo galego

Manuel María, a voz poética da consciência galega

Fala-nos Manuel Maria

Ernesto Guerra da Cal: 2011 centenário do nascimento

Jenaro Marinhas del Valle, O Assento

Sem esquecer, e com uma chamada de atenção especial, o texto do professor Carlos Durão, Síntese do reintegracionismo contemporâneo.

Síntese do reintegracionismo contemporâneo, por Carlos Durão

Continuem a ler, em galego ( = português da Galiza).

Desde 1963, cada ano subsequente, o Dia das Letras Galegas tem vindo a ser dedicado a um escritor em língua galega já falecido:

  • 1963 Rosalia de Castro
  • 1964 Alfonso Daniel Rodríguez Castelao
  • 1965 Eduardo Pondal
  • 1966 Francisco Añón Paz
  • 1967 Manuel Curros Enríquez
  • 1968 Florentino López Cuevillas
  • 1969 Antonio Noriega Varela
  • 1970 Marcial Valladares Nuñez
  • 1971 Gonzalo López Abente
  • 1972 Valentín Lamas Carvajal
  • 1973 Manoel Lago González
  • 1974 Xoán V. Viqueira Cortón
  • 1975 Xoán Manuel Pintos Villar
  • 1976 Ramón Cabanillas
  • 1977 Antón Vilar Ponte
  • 1978 Antonio López Ferreiro
  • 1979 Manuel Antonio
  • 1980 Afonso X de Leão e Castela, O Sábio
  • 1981 Vicente Risco
  • 1982 Luís Amado Carballo
  • 1983 Manuel Leiras Pulpeiro
  • 1984 Armando Cotarelo Valledor
  • 1985 Antón Losada Diéguez
  • 1986 Aquilino Iglesia Alvariño
  • 1987 Francisca Herrera Garrido
  • 1988 Ramón Otero Pedrayo
  • 1989 Celso Emilio Ferreiro
  • 1990 Luis Pimentel
  • 1991 Álvaro Cunqueiro
  • 1992 Fermín Bouza-Brey
  • 1993 Eduardo Blanco Amor
  • 1994 Luís Seoane
  • 1995 Rafael Dieste
  • 1996 Xesús Ferro Couselo
  • 1997 Ánxel Fole
  • 1998 Martim Codax, Joham de Cangas e Meendinho (em conjunto, autores de diversas cantigas medievais)
  • 1999 Roberto Blanco Torres
  • 2000 Manuel Murguía
  • 2001 Eladio Rodríguez
  • 2002 Frei Martín Sarmiento
  • 2003 Antón Avilés de Taramancos
  • 2004 Xaquín Lorenzo Fernández
  • 2005 Lorenzo Varela
  • 2006 Manuel Lugrís Freire
  • 2007 María Mariño Carou
  • 2008 Xosé María Álvarez Blázquez
  • 2009 Ramón Piñeiro López
  • 2010 Uxío Novoneyra
  • 2011 Lois Pereiro

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