publica-se às 3ªs e 6ªs
coordenação Pedro Godinho
wiki-faq do reintegracionismo
( http://agal-gz.org/faq/ )
Normas
Que é a Reforma de 2003?
É o nome popular que recebe a reforma das Normas Ortográficas e Morfolóxicas do Idioma Galego (ILG-RAG) de 2003. Em termos sociais, significou a anulaçom da dissidência normativa que promoviam as agrupaçons culturais e sociopolíticas vinculadas ao Bloco Nacionalista Galego.
No mundo lusista, a reforma é considerada insuficiente. De facto, para além de admitir a prioridade de formas já antes consideradas válidas (terminaçom -bel, todos os, comer o caldo, contraçom ao…), a reforma de 2003 trouxo poucos avanços. O mais significativo, sem dúvida, é a obrigatoriedade da terminaçom -zo, -za em palavras como espazo e presenza. Porém, num malabarismo difícil de compreender, o topónimo Galiza foi retirado dessa lista, o qual frustrou as expetativas das bases do próprio mundo político que impulsionou a reforma, onde o vocábulo Galiza tem grande simbolismo. Posteriormente, alguns académicos admitírom que a razom para tal era política.
A partir de 2003, já só o reintegracionismo difere da posiçom institucional quanto à filiaçom da língua, mas, em contrapartida, goza de umha notável projeçom social, marginal até há pouco.
Que é o Acordo de Rio?
O chamado Acordo de Rio [de Janeiro], do ano 1986, foi a tentativa de unificaçom ortográfica entre os países de língua oficial portuguesa imediatamente anterior ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (AO de 90). Nele, como posteriormente no AO de 90, participou umha delegaçom de observadores galega.
No texto do mesmo operavam-se profundas modificaçons, nomeadamente no que di respeito à acentuaçom, e isso provocou que fosse amplamente rejeitado nalguns países, designadamente em Portugal. Foi esta rejeiçom o que provocou que se avançasse para um outro acordo: o já referido de Lisboa de 1990.
Que é o AO de 90?
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (AO de 90) é um tratado internacional em que participárom todos os países lusófonos, incluída umha delegaçom de observadores da Galiza, cujo objetivo é a simplificaçom da ortografia do português.
Ainda que com resistências, já está a ser aplicado em todos os países participantes, incluída a Galiza, onde tanto os utentes da norma da AGAL como do padrom lusitano, já começárom a implementar as modificaçons propostas no AO.
Estas afetam, por exemplo, a acentuaçom, o traço e as maiúsculas. Porém, a alteraçom mais visível é sem dúvida a supressom dos chamados grupos cultos <cc>, <ct> e <cp> nas palavras em que estes nom eram articulados nas pronúncias cultas (ou tradicionais no caso galego) de nengum dos países lusófonos: projeto (por projecto), atividade (por actividade), etc.
Espera-se que ao longo da década de 2010 as alteraçons do novo acordo já estejam a ser usadas por todos os meios de comunicaçom e centros de ensino lusófonos.
Que opções temos para escrever na Galiza com ortografia galego-portuguesa?
Na prática, existem duas variantes de 'galego reintegrado', em grande medida complementares. Para além da norma da AGAL, há quem defenda no reintegracionismo a adoçom do padrom lusitano, sem o passo intermédio que representaria aquela norma.
Porém, entre os utentes do padrom lusitano, há quem use diretamente o português de Portugal (agora AO) e quem respeite um bom número de traços morfológicos galegos (polo, fijo…). Deste modo, a principal discrepáncia entre as pessoas partidárias da norma da AGAL e do padrom lusitano seria o uso do til de nasalidade, que os defensores do português padrom consideram símbolo da nossa língua no mundo: ção/-çom.
Hoje em dia, no conjunto do movimento reintegracionista, o uso de ambas as normas tornou-se complementar, tendo quase desaparecido os acesos debates do passado entre as duas posturas.
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