publica-se às 3ªs e 6ªs
coordenação Pedro Godinho
wiki-faq do reintegracionismo
( http://agal-gz.org/faq/ )
Normas
Que é a norma ILG-RAG?
Trata-se de umha normativa ortográfica e morfológica elaborada polo Instituto da Língua Galega (ILG), e aprovada pola Real Academia Galega (RAG) , que tem sido utilizada pola administraçom autonómica galega desde o ano 1982.
A norma ILG-RAG é a plasmaçom gráfica e morfológica do postulado que defende que o galego e o português som línguas diferentes por elaboraçom e devem possuir portanto códigos divergentes. Ainda que os seus defensores nom neguem a unidade estritamente lingüística dos falares a norte e a sul do Minho, consideram que desde o século XIX os utentes do galego escrito começárom um processo de elaboraçom do código afastado do português.
O resultado deste processo refletiria-se nas normas ILG-RAG. O texto das normas foi redigido polo ILG e assumido pola RAG depois de grandes controvérsias com o reintegracionismo, que defendia que o português devia ser tido em conta. De facto, a maior parte do texto das normas foi dedicado a justificar aquelas decisons mais polémicas em relaçom a este debate.
Com a chegada de Alianza Popular ao poder, através do conhecido Decreto Filgueira (em referência ao seu redator Filgueira Valverde), estas normas vinhérom a substituir as anteriores de Carvalho Calero aprovadas polo Junta pré-autonómica para o ensino e a Administraçom, acentuando-se a chamada “guerra normativa”.
Que é a norma AGAL?
A norma da AGAL é umha proposta para escrever as falas galegas utilizando a ortografia portuguesa.
Após a institucionalizaçom das normas ILG-RAG em 1982, a Comissom Lingüística da associaçom promotora elaborou nesse mesmo ano umha proposta que, sem convergir completamente com o português, pretendia dar um passo definitivo no sentido de integrar as falas galegas no ámbito da Lusofonia. O facto de ser umha proposta muito aberta, que dava opçom a escolher diferentes formas do galego falado e ainda a ser aplicada com diferentes ritmos (mesmo sem conhecimento do português), facilitou que fosse adotada por numerosos coletivos para além dos, até entom, estritamente lingüísticos.
Neste sentido, pode-se dizer que com ela nasce a prática reintegracionista contemporánea.
Em que se diferencia a norma AGAL das usadas no Brasil e em Portugal?
A norma da AGAL é a norma utilizada para representar a variedade galega da língua portuguesa. A nossa língua tem desenvolvido particularidades diferentes em cada um dos territórios em que é falada, e muitas dessas particularidades refletem-se em cada umha das normas escolhidas para a representar. Por isso, diferentes aspetos morfológicos, lexicais e mesmo ortográficos podem divergir de umha norma para outra.
Em termos gerais, as principais diferenças entre a norma da AGAL e as de outros territórios encontram-se na morfologia verbal, nas terminaçons -om e -ám face à maioritária na lusofonia -ão e no léxico. Eis mais alguns exemplos das diferenças mencionadas:
GALIZA |
PORTUGAL E BRASIL |
polo, pola |
pelo, pela |
umha |
uma |
figem, dixem, comim |
fiz, disse, comi |
fijo, pujo |
fez, pôs |
irmá, maçá |
irmã, maçã |
Quais som as diferenças entre os padrons lusitano e brasileiro?
Cada território em que a nossa língua é falada tem umhas particularidades e caraterísticas próprias que som refletidas principalmente na oralidade. Nom é esta umha afirmaçom que surpreenda ninguém, e muito menos pessoas que estám habituadas a ouvir e identificar o espanhol de Valhadolid, Sevilha, México ou Buenos Aires.
No caso do português, e com um mínimo contacto que tivermos com as suas variantes dialetais, acontecerá o mesmo. As principais diferenças entre a variedade portuguesa e brasileira som, na atualidade, a colocaçom do pronome (amo-te vs te amo), o pronome tu (ausente no Brasil) e, muito especialmente, lexicais.
Ora bem, quanto à escrita, as particularidades de cada variante vírom-se muito reduzidas após a aprovaçom do Acordo Ortográfico de 90, que unificou quase totalmente a grafia dos “grupos cultos” (objectivo > objetivo, accionar > acionar…), o uso do traço (infra-estrutura > infraestrutura) ou do trema, que desaparece na ortografia atual.
Quais som os países de língua oficial portuguesa e como escrevem?
Para além da Galiza, onde foi oficializada umha variante do português com ortografia espanhola, os países de língua oficial portuguesa som, na atualidade: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Até a aprovaçom do AO de 90, em relaçom à escrita, havia dous grandes blocos: por um lado, o Brasil, e por outro, todos os demais países Lusófonos, que seguiam a prática gráfica de Portugal.
Superficialmente, o AO implicou umha aproximaçom à prática ortográfica do Brasil, o mais potente país de língua portuguesa nos dias de hoje.
Nom será melhor que a gente fale galego e depois já vemos o da norma?
Felizmente, antes de haver normas as pessoas já falavam. No momento de instaurar qualquer norma para qualquer área, o ideal é que a escolha seja feita atendendo a critérios de eficácia. No caso da norma para o idioma galego nom foi assim, e foi um jogo de forças políticas o que decidiu o atual código utilizado na administraçom pública e por todas as entidades dependentes dela, caso do mundo cultural.
Neste contexto atual, nom parece mui eficaz negar mutuamente a legitimidade das duas estratégias e sim o seria aproveitar ao máximo ambas. Trataria-se de caminhar em direçom a um binormativismo que permita somar esforços e a satisfaçom de os valedores/as de cada estratégia.
O reintegracionismo é só umha maneira de fazer o galego mais diferente do espanhol?
O reintegracionismo defende um modelo lingüístico que vincule as nossas falas aos outros ‘galegos’ do mundo.
Isto tem várias conseqüências: umha delas, talvez a mais visível, é a mudança dos hábitos ortográficos que até agora nos vinculam ao espanhol:
ESPANHOL: |
Las luces brillaban en el horizonte sin apagarse ni por un segundo. |
GALEGO ILG-RAG: |
As luces brillaban no horizonte sen apagarse nin por un segundo. |
PORTUGUÊS E GALEGO REINTEGRADO: |
As luzes brilhavam no horizonte sem se apagarem nem por um segundo. |
Portanto, é inegável que o reintegracionismo torna o aspeto do galego mais diferente do espanhol, mas nom é verdade que seja essa a intençom do nosso movimento. O nosso desejo é, sobre qualquer outra intençom, confluir com a tradiçom gráfica das outras variedades do galego no mundo. Se fosse doutro modo, poderíamos simplesmente ter optado por umha ortografia diferente:
- As luses briljavan n'horiçonte sin s'apagharen nen por un seghundo.
- ασ λυζεσ βρηλάβαμ νο οριζομτε σεμ σε απαγαρεμ νεμ πορ υμ σεγυμδο.
- Ас лузэс брильабам норизомтэ сэм сэ апагарэм нэм пор ум сэгумдо.
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