publica-se às 3ªs e 6ªs
coordenação Pedro Godinho
Afonso Daniel Manuel Rodrigues Castelão nasceu a 30 de Janeiro de 1886, em Rianxo, Galiza, e morreu a 7 de Janeiro de 1950, em Buenos Aires, Argentina.
«Nengum idioma alheio -por ilustre que seja- poderá expressar em nome do nosso os íntimos sentimentos, as fundas dores e as perduráveis esperanças do povo galego; se ainda somos diferentes e capazes de existir, nom é mais que por obra e graça do idioma. Velaí porque o autor dum livro sempre será um patriota e porque os que refugam a nossa fala nom som dignos de chamar-se galegos, porque desprezam o cerne da democracia e cegam as melhores fontes de criaçom.»
«Nengum galego culto deve consentir que a fala do seu povo -umha fala de príncipes, que ainda é senhora em Portugal e Brasil- seja escrava no pátrio lar, sem direito a ir à escola nem a apresentar-se como igual do castelhano.»
«...a nossa língua está viva e floresce em Portugal, falam-na e cultivam-na mais de sessenta milhões de seres que, hoje por hoje, ainda vivem fora do imperialismo espanhol.»
«Desejo, ademais, que o galego se acerque e confunda co português»
«As palavras castelhanas, em boca de galegos, som quase sempre palavras envilecidas, incapazes de ressoarem na consciência dos autênticos galegos; pero tamém hai consciências envilecidas por complexos de inferioridade, só capazes de admiraçom anteposes decorativas e linguagens de teatro. E já é hora de dizer que Galiza será forte em Espanha quando se negue a falar castelhano e fale fortemente a sua língua. Um galego pode falar o castelhano com o mesmo interesse com que fala qualquer outra língua estrangeira; pero em quanto um galego fale o castelhano como língua própria deixa de ser galego sem que por isso chegue a ser castelhano.»
«Estamos fartos de ser umha colónia»
«Nom esqueçamos que se ainda somos galegos é por obra e graça do idioma.»
«O problema do idioma em Galiza é, pois, um problema de dignidade e de liberdade; pero mais que nada é um problema de cultura.»