publica-se às 3ªs e 6ªs
coordenação Pedro Godinho
wiki-faq do reintegracionismo
( http://agal-gz.org/faq/ )
Por que escrevedes tam raro?
Na verdade, a imensa maioria das pessoas que falam o galego-português escrevem como nós.
Todas as línguas tenhem histórias atraentes, a nossa nom é umha exceçom. Nasceu no noroeste da Península Ibérica, num território que incluía a atual Galiza e o Norte de Portugal1) e daí avançou para sul chegando até o Algarve, sul de Portugal cruzando depois os oceanos e assentando-se em todos continentes.
Factos históricos provocárom que o território a norte do Minho ficasse a depender do Reino de Castela enquanto a sul do Minho constituía um reino independente. Isto tivo as pertinentes conseqüências lingüísticas:
- A norte do Minho, o galego ficou reduzido a variedade oral e as falas castelhanizárom-se.
- A sul do Minho, o galego constitui-se na Língua de todos os habitantes e as falas modernizárom-se.
Quando no séc. XIX há um processo de recuperaçom escrita da nossa língua, escreve-se o “normal”, com a ortografia do castelhano, a única em que foram alfabetizados(as) os escreventes. No galeguismo que viria a seguir há sempre umha visom do português como referente de integraçom e do castelhano como referente de oposiçom. É por isso que começam a usar-se palavras “raras” como galego, Galiza, estrada, libertade, dúvida, Deus ou rua. Estas palavras foram substituídas por palavras castelhanas que eram as “normais” entre os nossos coetáneos(as).
No ano de 1980 e por encomenda da junta pré-autonómica, umha comissom dirigida polo professor Carvalho Calero elaborou umhas Normas ortográficas do idioma galego. Estas normas estavam chamadas a ser o quilómetro zero de umha estratégia luso-brasileira para a nossa língua. Infelizmente, no ano 1983, o decreto Filgueira Valverde promoveu umhas outras normas com um espírito diferente. Foram elaboradas polo Instituto da Língua Galega sobre a base do galego popular e a estrangeirizaçom do português.
A estratégia reintegracionista ou luso-brasileira para o galego trabalha sobre a base de a Galiza, Portugal e o Brasil compartilharem a mesma língua, na Galiza conhecida como galego e internacionalmente como português, no convencimento de que é a melhor estratégia para a nossa língua e para os seus falantes na Galiza.
Trabalhamos para a nossa forma de escrever e viver a nossa língua abandonar o adjetivo “raro”. O dia que isso aconteça será um indício de que a nossa língua chegou a um ponto de inflexom para começar a recuperar o terreno perdido.
1) Além de territórios que hoje em dia formam parte das Astúrias e de Castela Leom
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