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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sempre Galiza! – wiki-faq AGAL (8) : Questões linguísticas – Teoria – Léxico e gramática


publica-se às 3ªs e 6ªs
coordenação Pedro Godinho


wiki-faq do reintegracionismo

( http://agal-gz.org/faq/ )




Teoria

Léxico e gramática


Desapareceriam as palavras galegas se triunfassem as vossas posturas?


As palavras galegas levam séculos a desaparecer substituídas polas castelhanas. Desaparecem sobretudo aquelas palavras que, por serem mui diferentes das castelhanas, dificultam a comunicaçom com falantes de castelhano ou falantes de galego mui castelhanizados. Palavras como porto, pequeno, castelo ou terra som parecidas às correspondentes castelhanas e nom criam obstáculos à comunicaçom. As que nom tenhem essa “sorte” caem em desuso e mesmo recebem a alcunha de estrangeiras (lusismos) ou invenções: segunda-feira, bochecha, polvo, acanhado, alfaiate ou armadilha. Como escreveu, na revista Nós, a linguísta alemá Margot Sponer:

Cantas veces por empregar eu as verdadeiras formas galegas tomáronme por portuguesa!1)

A estratégia reintegracionista promove a revitalizaçom do léxico perdido ou moribundo como é o caso paradigmático dos dias da semana bem como preencher as nossas lacunas lexicais, nom com o castelhano, mas com as outras variedades do nosso sistema lingüístico. É o caso das realidades modernas, aquelas aparecidas desde que acabou a idade média.

Para saber mais ver este dicionário de pretensos lusismos.

Para aprofundar sobre a natureza do léxico na Galiza recomendamos:

    Quando existem palavras galegas, porque usades as portuguesas?


    Essa oposiçom entre palavras galegas e portuguesas é menos comum do que podas pensar. Acontece que é relativamente fácil delimitar o que é umha palavra castelhana e umha inglesa. Podes experimentar aqui.

    Ora, para delimitar entre as palavras que usamos habitualmente na Galiza quais som castelhanas e quais nom o som nom chega com um olhar superficial. A similitude entre a nossa língua e a castelhana é bastante grande e, se a isso unimos o interiorizada que temos a segunda delas, torna-se difícil a olhos nus discernir o castelhanismo.

    Assim sendo, o que acontece a maioria das vezes é usarmos palavras da nossa língua para denominar realidades que outras pessoas denominam com palavras castelhanas: roçadora (para desbrozadora), maçarico (soplete), debulhadora (para cosechadora), colapso (pájara), cadeirom (sillón), mola (muelle) ou cartom (tarjeta).

    Seja como for, quando existem palavras galegas de escasso uso no resto da lusofonia, fazemos uso delas como podes testar com aginha, avondar ou argalhar.

    Queredes que as pessoas falem com ‘lusismos’?


    Os galego-falantes já falam com lusismos o dia todo, essencialmente porque falam a mesma língua que os portugueses e as portuguesas.

    Importante seria desvendar o que é um lusismo. Socialmente tende a usar-se esta denominaçom para toda palavra galega sentida como pouco natural, inventada ou trazida de Portugal: Galiza, polvo, estrada, prato, até ou geonlho seriam lusismo. Em geral, aplica-se a palavras galegas que caíram em desuso. Assim sendo, qualquer palavra galega tem a hipótese de se tornar um lusismo. Pode acontecer que algum dia o sejam palavras como onte, sorte ou “se quadra” dada o uso extenso que hoje temos de aier, suerte ou ao melhor/quiçá.

    Desde o galego autonomista tacha-se de lusismo muitas palavras que na verdade som formas genuínas para designar realidades que na Galiza costumamos nomear com a forma castelhana. Isto é mais evidente no caso das realidades modernas, como o léxico de roupa (cachecol para o castelhano bufanda), transportes (carro/coche), construçom (betom/hormigón), eletrónica (cabo/cable), judicial (sentenciar/fallar) ou desportos (cesto/canasta).

    Desenho de Suso Sanmartin na revista De troula

    Por que usades palavras que já nom se usam ou nunca se usárom?


    Porque para nós o galego é 1) umha língua, 2) oficial em vários países.

    O facto de ser umha língua implica que quando tem palavras genuínas para nomear realidades nom tem muito sentido promover as que som próprias de outra língua, precisamente a que está a substituir a nossa. Fazer isto implicaria que nom possuímos umha língua mas umha variante do castelhano.

    Que se pode fazer evidenciam-no palavras como Deus, século, ata/até, povo ou dúvida, todas elas substituídas polas formas correspondentes castelhanos mas às quais hoje ninguém nega o estatuto de galegas.

    O facto de ser umha língua que excede os limites do estado espanhol implica que para aquelas palavras que entrárom nas línguas na idade moderna e na contemporânea, temos umha soluçom genuína em Portugal ou no Brasil.

    Que se pode fazer evidenciam-no palavras como autoestrada, para-lamas, quadro de pessoal, altofalante ou plataforma, que som promovidas desde a oficilidade em lugar das correspondentes castelhanas2).

    Em resumo, o que promovemos para Galiza é o mesmo que outras entidades promovem para Valência ou para o espanhol dos estados Unidos.

    1) “Algunhas notas dos meus estudos sobre filoloxía galega”, NÓS, no 37, 1927
    2) autopista, guardabarros, plantilla, altavoz e andén

    terça-feira, 26 de abril de 2011

    Sempre Galiza! - Ernesto Guerra da Cal: 2011 centenário do nascimento

    Queremos ser parte da homenagem a Ernesto Guerra da Cal - um galego com um coração que também batia por Portugal... e Brasil... e lusofonia, porque transbordava Galiza.

    Visitem o sítio do centenário do nascimento de Ernesto Guerra da Gal da Academia Galega da Língua Portuguesa.





    "Eu, sem pejo nenhum, afirmo aqui o meu orgulho de ter sido o primeiro escritor galego, desde o Ressurgimento, a levar a vias de facto essa tão repetidamente desejada aproximação da nossa língua escrita ao português [...] Em 1959 fui de facto “iniciador dessa reintegração” no meu poemário Lua de Alén-Mar, com o que abri fogo nessa batalha [...] Esse apelo não caiu em saco roto. Nele teve princípio a corrente “reintegracionista” contemporânea - na que hoje enfileira o melhor e mais capacitado da nossa mocidade. [...] os que neste momento detêm o poder autonómico - clientes e agentes do Estado Central [...] Esse é o bando da “Xunta de Galicia” [sic], que, de colaboração com algumas entidades “isolacionistas” esclerosadas, engenhou e “oficializou”, de maneira maleficamente subreptícia, umas aberrantes Normas cujo evidente propósito é condenar o galego ao languidescimento como dialecto - do espanhol [...] /eu tenho a convicção de que a única defesa do galego contra a política linguicida dos “espanholizantes” descansa na progressiva adopção do padrão luso-brasileiro que os “reintegracionistas” perfilham".

    (Ernesto Guerra da Cal, "Antelóquio indispensável", in Futuro Imemorial. Manual de Velhice para Principiantes, Lisboa, 1985, pp. 9-11; recolhido em Vol II, 1986, de Temas de O Ensino, nos 6/10, “Linguística, sociolinguística e literatura galaico-luso-brasileira-africana de expressão portuguesa).


    Lançado site comemorativo sobre o centenário do nascimento do professor Ernesto Guerra da Cal

    A Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), com o apoio doutras entidades cívicas, comemora o 100 aniversário do nascimento do professor, investigador e poeta galego Ernesto Guerra da Cal (1911-1994) com o lugar web Centenário Guerra da Cal.
    O lugar acolhe e solicita materiais sobre a sua vida, obra, época e legado intelectual. Para doar materiais, pode utilizar-se o contato na própria página web. O endereço web do site é:http://guerradacal.academiagalega.org.
      


    Apresentação
    Escrito por Carlos Durão 
        
    Ernesto Guerra da Cal (Ferrol, 1911 – Lisboa, 1994) foi o primeiro poeta galego moderno que tratou temas universais, no espaço e no tempo, desde “dentro” e desde “fora”. Foi sem dúvida o poeta galego que mais eco teve dentro e fora da Galiza, como testemunha a abundandíssima bibliografia transnacional e transcontinental a que deu origem a sua obra. E foi, em fim, o professor galego de mais prestígio internacional, autor da por muitos conceitos monumental Língua e Estilo de Eça de Queiroz, e duma viçosa obra devotada à nossa comum cultura galego-portuguesa, para a que viveu e pela que padeceu até morrer no exílio, consequente com as suas ideias e firmes ideais, sem por isso se importar ser sempre proscrito na sua pátria, e até maldito pelos que nela detêm ainda o poder.

    Fez os seus estudos universitários em Madrid, onde travou amizade com vultos do galeguismo cultural e político, bem como com outros da cultura espanhola em geral, entre estes o seu amigo F. García Lorca, com quem conviveu na Residencia de Estudiantes e com quem colaborou na gestação dos famosos Seis poemas galegos lorquianos. Ao estourar a chamada “guerra civil” no 1936, alistou-se como voluntário nas Milícias Galegas, combateu pela legalidade republicana na frente de Toledo, e passou à Seção do Exterior do Servicio de Información Militar, do Ministério da Guerra; enviado a Nova Iorque em missão oficial pouco antes da derrocada da frente do Ebro, teve de ficar ali ao rematar a guerra.

    Completou os seus estudos universitários na Columbia University, e chegou a ser catedrático na New York University, onde realizou os trabalhos de pesquisa que culminaram no seu magnum opus, a Língua e Estilo de Eça de Queiroz, pelo que é justamente reconhecido e louvado internacionalmente, e condecorado em Portugal. Ocupa-se da parte galega do Dicionário das Literaturas Portuguesa, Galega e Brasileira. Pronuncia conferências, realiza seminários, colabora em trabalhos de investigação para universidades do Brasil e de Portugal, sempre reclamando, em todo o mundo lusófono, o reconhecimento da Galiza como pertencente a esse mundo, e em toda a parte dizendo, sem pejo, que ele era galego.

    Nos anos 1959 e 1963 publica os seus seminais poemários Lua de Além-Mar (o primeiro livro em que um autor galego aposta pelo reintegracionismo linguístico após o chamado Rexurdimento) e Rio de Sonho e Tempo, na editora Galaxia, de Vigo.

    Reformado da súa cátedra na universidade americana, Guerra da Cal retornou à Europa, primeiro a Estoril, e posteriormente a Londres. Nesses anos impulsou o movimento reintegracionista desde o exílio. Foi graças aos seus contatos com os seus colegas em universidades lusófonas, à sua acessibilidade para a mocidade reintegracionista, e com o seu respaldo académico, que a Galiza conseguiu um merecido posto de observadora nas negociações dos Acordos Ortográficos, em 1986, no Rio, e em 1990, em Lisboa.

    Com a sua obra, poética e erudita, com o seu prestígio e impulso ao reintegracionismo, Guerra da Cal deixou um incalculável legado à sua pátria, a “Nação soberana/ sem estrangeiro senhor”, da que ele foi cantor. Por isso foi dela banido, por isso merece sobejamente a nossa sentida homenagem, e por isso descansa hoje entre “os bons e generosos”, que cantou o bardo Pondal.



      
    Filho Pródigo

    Abre-me a Porta
    Pai!
          Abre-me a Porta!

          Porque venho cansado
    e derrotado
    desfeito
    pobre
    e nu
          e envergonhado

          Tudo esbanjei
    Só trago
          encravados no peito
    nele bem entranhados
          os pungentes punhais
    de todos os Pecados Capitais

          Delapidei o rico Património
    do teu Amor
          na subida
          arrogante e pressurosa
    da Montanha da Vida

          E hoje conheço a Dor
    Da descida agoniante
          trémula e vagarosa
    pela encosta abrolhosa
          na que nos acompanha

          o impiedoso demônio
    da consciência dorida
    da fortuna malgasta
          dissipada
          e a existência perdida

          Abre-me a Porta
    Pai!
          E acende a luz da Casa
    que outrora foi a minha
         quando eu era inocente
                                  criancinha

          Não me tardes
    Senhor!
          Abre-me a tua Porta luminosa
    depressa, por favor!

    in Futuro Imemorial (Manual de Velhice para Principiantes), Livraria Sá da Costa Editora, Lisboa, 1985


    Morrinha de Rio e Lua lido por Celia Díaz




    PÁTRIA


    «Porque volvió, sin regresar, Ulises.»
    MIGUEL ANGEL ASTURIAS

    A Galiza
    é para mim

    um mito pessoal


    maternal e nutrício


    com longa teimosia elaborado

    de louco amor filial

    de degredado

    (E de facto é também

    —porquê não confessá-lo—

    um execrável vício

    sublimado)


    A Galiza

    foi sempre para mim

    um refúgio mental

    um jardim de lembranças

    sossegado

    um ninho de frouxel acolhedor

    para onde fugir

    do duro batalhar e do estridor

    da Vida

    e do acre ressaibo do Pecado


    Subterfúgio subtil

    e purificador

    de interior evasão

    para o descanso da alma

    na calma

    pastoril

    da perfeição de Arcádia

    da Terra Prometida

    da imaginação


    A Galiza

    é o meu amor constante

    tranquila e fiel esposa

    e impetuosa amante

    sempre

    como Penélope a tecer

    na espera

    ansiosa e plácida

    paciente e palpitante

    do retorno final

    do seu errante e navegante Ulisses

    —outra quimera!


    Amo-a

    como o náufrago desesperado

    ama a costa longínqua e ansiada

    que nunca há-de avistar

    Amo-a

    com saudade antevista de emigrado

    que à partida se sabe já

    fadado

    a ser ausente morrinhento*

    de nunca mais voltar

    Porque ninguém jamais regressa do desterro

    à mesma terra que deixou

    (O Espaço dissolve-se no Tempo:

    os lugares

    e as gentes que os habitam

    mudam e morrem sempre

    e nós também morremos

    e mudamos

    Posso eu acaso me reconhecer

    naquele rapaz loiro

    que chorando partiu

    um dia crepuscular e montanhoso

    de Quiroga

    no Sil

    há tantos anos

    e tantos desenganos?)


    Amo-a


    Amei-a sempre

    porque nunca deixei

    de estar ligado a Ela

    pelo umbigo

    Porque Ela foi meu berço

    e onde quer que eu morrer

    Ela há-de ser

    o meu íntimo

    e último jazigo


    Amo-te


    enfim


    Galiza

    coitada, triste e bela Pátria minha

    como Tu és

    como o Senhor

    num mal dia te fez

    órfã de história e alienada de alma

    vespertina submissa e maliciosa

    rústica e pobrezinha


    Amo-te


    sobretudo

    como eu te quereria

    como eu em mim te crio

    dia após dia

    como um encantamento da minha infância

    e da minha fantasia


    Amo-te


    como eu

    tresnoitado poeta evangelista

    te invento e mitifico

    E, como com Jesus Cristo fez Mateus,

    visto com ilusórios véus

    a tua miseranda e cinzenta Paixão

    e intento

    com interna e intensa

    distante devoção

    pôr-te um ninho de Glória imaginária

    num apócrifo Novo Testamento


    ESTORIL 
          1984


    ——————
    *De morrinha: saudade da terra natal.

    sexta-feira, 22 de abril de 2011

    Sempre Galiza! - wiki-faq AGAL (7) : Questões linguísticas – Teoria – Ortografia


    publica-se às 3ªs e 6ªs
    coordenação Pedro Godinho


    wiki-faq do reintegracionismo

    ( http://agal-gz.org/faq/ )




    Teoria

    Ortografia


    Porque dizedes que a ortografia ILG-RAG é espanhola?


    Sendo a atual ortografia do castelhano muito mais antiga, a ortografia ILG-RAG coincide com ela na maioria dos usos, e quando nom coincide está muito influída. O caso mais emblemático é o Ñ. Por outro lado, os seus valedores nom negam este facto.

    Na Península ibérica existem três grandes tradições ortográficas nascidas na Idade Média e que fôrom três formas diferentes de adaptar a ortografia latina às novas línguas que estavam a surgir derivadas do latim. Estas novas línguas continham fonemas que nom existiam na língua original e os escrivaos das cortes de Lisboa, Toledo e Aragom resolvêrom de forma ora diferente, ora similar. Quase todas as ortografias peninsulares som versões destes primeiros modelos.

    O galego elaborado polo Instituto da Língua Galega e avalizado pola Real Academia Galega e aquele que usa a administraçom pública galega está baseado na ortografia castelhana com algumhas leves modificações: eliminaçom da letra Y (Tui) e eliminaçom do G perante E,I e do J sendo usado em seu lugar a letra X (Xanela, Xente, Xineta, Xogar, Xuntar).

    O seu antecedente é o galego utilizado durante o séc. XIX por pessoas que foram alfabetizadas em castelhano e era a única ortografia que dominavam. Tecnicamente, como demonstra esta wiki-faq, o uso da ortografia espanhola é apenas umha opçom.

    Para aprofundar sobre a ortografia na Idade Média: http://www.romaniaminor.net/ianua/sup/sup02.pdf

    A ortografia oficial é a que melhor se adapta à nossa forma de falar


    Todas as ortografias recolhem doses de etimologismo e de foneticismo. Se o critério fosse a facilidade o resultado era manifestamente melhorável. Podia-se aplicar a cada fonema umha letra: kasa, zertamê, êskóla, gêRa (guerra), aber, kêixô, uískê.

    Ora, o certo é que o que estava sobre a mesa era adotar a ortografia do castelhano com leves adatações. Por outras palavras, usar a mesma ortografia da língua que está a substituir a nossa e obviar a possibilidade de aproximar-se à ortografia que usam outras variedades da nossa língua que tivérom êxito social (Portugal e Brasil).

    A ortografia galego-portuguesa é objetivamente mais difícil e no entanto tem várias vantagens estratégicas:
    1. Marca a soberania a respeito do castelhano tornando a nossa língua num ente tam diferente do castelhano como o poda ser do francês ou do italiano.
    2. Tem umha comunicabilidade maior, permitindo a fluência comunicativa com 230 milhões de pessoas e as suas culturas e produtos.
    3. Permitiria exportar em maior medida as nossas produçons e importar produtos na nossa língua que permitiriam tornar o castelhano mais prescindível.
    Enfim, o mais fácil nem sempre é o melhor.

    Porque havemos de escrever assim, se aqui nunca se usou nh, lh ou ç?


    Na Galiza usárom-se todas essas letras. Basta ver qualquer texto medieval para verificar que a ortografia usada é substancialmente a mesma que hoje usam em Portugal ou no Brasil, com as lógicas diferenças de cinco séculos de distáncia temporal.

    Os hábitos ortográficos que temos na atualidade som lógicos, porque quando começamos a escrever galego de novo, só conhecíamos a ortografia da língua em que fôramos alfabetizados. Os primeiros autores e autoras do século XIX nem sequer conheciam a existência de um legado literário comum à Galiza e Portugal.

    Mas nom se trata de olhar para atrás. O que devemos perguntar-nos é se seria benéfico mudarmos esses hábitos para comunicar mais eficazmente com o mundo, e também para que mais mundo comunique connosco.


    A ortografia nom é assim tam importante


    Se assim fosse, o galego só teria umha ortografia (seja esta a castelhana ou a portuguesa).

    Tecnicamente costuma dizer-se que a ortografia é umha convençom, um acordo, e que o facto de usar um ou outro sistema ortográfico é circunstancial. Os factos reafirmam esta perceçom na medida em que som numerosos os casos de:
    1. a) Reformas ortográficas.
    2. b) Mudanças identitárias de ortografia.
    O certo é que tanto num caso como no outro está longe de ser umha questom pacífica. No que di respeito às reformas ortográficas, os casos português, alemám ou castelhano dam fé disto. Eliminar umhas letras ou acrescentar outras pode tornar-se num conflito de dimensom importante.

    O caso galego entraria num outro grupo de reformas onde a mudança de ortografia atinge a natureza da língua, isto é:
    • quem a fala?
    • com que outras línguas ou variedades se relaciona?
    O caso do azeri, do moldávio ou do valenciano evidenciam que a ortografia é, com certeza, importante. É umha forma de situar-se no mundo, integrar-se num ou noutro sistema lingüístico e cultural.

    A ortografia reintegrada é oficial?


    Nom. Realmente nom há nengumha norma oficial, nem sequer para o castelhano, mas a ideia de as normas ILG/RAG serem oficiais está bastante estendida socialmente.

    Posto o assunto nestes termos, nós consideramos que, realmente, a norma reintegrada é oficial em muitos países através do português, e isso dá-lhe muito valor, porque abre às pessoas que a usam na Galiza (cada vez mais) umhas possibilidades comunicativas que a norma considerada oficial nom tem. O que nós pretendemos é que, reivindicando-a através do uso, acabe por ser reconhecida como outra possibilidade de galego. Assim, democraticamente, os galegos, particularmente, e o povo galego, em geral, poderiam optar com liberdade pola opçom mais conveniente.

    Em termos legais, umha “disposiçom adicional” à Lei 3/1983, de Normalizaçom Lingüística, di o seguinte ao respeito: “Nas cuestións relativas á normativa, actualización e uso correcto da lingua galega, estimarase como criterio de autoridade o establecido pola Real Academia Galega. Esta normativa será revisada en función do proceso de normalización do uso do galego”.

    Como assinala o professor António Gil Hernández, o facto de estimar como autoridade o critério na RAG nom significa que o critério de autoridade da RAG seja o ÚNICO aceitável.

    Umha discriminaçom dos cidadaos com base na ortografia estaria, aliás, a violar os artigos 10.2 e 14 da Constituiçom Espanhola, bem como o artigo 5.4. do Estatuto de Autonomia da Galiza.

    É possível ser reintegracionista em galego ILG-RAG?


    É. É possível ser reintegracionista, apesar de se escrever em ILG-RAG.
    Ainda que o reintegracionismo, tal e como o conhecemos hoje, nasceu outorgando um papel central à ortografia, na atualidade envolve outras questons, como a integraçom sociológica e cultural da Galiza no espaço dos países lusófonos. Muitas pessoas concordam com o papel estratégico dessas relaçons internacionais para o galego, embora nom vejam a urgência ou a idoneidade de começar pola ortografia.

    Há também aqueles que resolvem escrever em normativa ILG-RAG simplesmente porque as circunstáncias som demasiado adversas para as outras opçons – nomeadamente no ámbito profissional –, mas que mudariam de ortografia se o reintegracionismo fosse a normalidade social e institucional.

    O reintegracionismo que já anda a remar numha canoa nom nega o reintegracionismo que outros alviscam no horizonte.

    terça-feira, 19 de abril de 2011

    Sempre Galiza! – Os velhos não devem enamorar-se e Lela, de Daniel Castelão


    publica-se às 3ªs e 6ªs
    coordenação Pedro Godinho


    Daniel Castelão foi o nome escolhido para o 2º Dia das Letras Galegas (1964).
    Artista, escritor e político é considerado um dos fundadores do nacionalismo galego.

    Da produção de Daniel Castelão faz parte a peça de teatro ”Os velhos não devem enamorar-se”, para a qual, além do texto, Castelão cuidou também do lado visual tendo-se encarregado do desenho dos cenários, figurinos e máscaras.


    Escrita na década dos anos trinta foi estreada no exílio, em 1941, em Buenos Aires, com a participação do actor galego Fernando Iglesias (“Tacholas”). Desde então é representada por muitos grupos de teatro galegos.



    Da peça “Os velhos não devem enamorar-se” - ironia sobre o passar do tempo e o amor dos velhos pelas jovens -, faz parte a canção “Lela”, pensada como uma serenata estudantil à moda de Compostela na qual podemos encontrar semelhanças com os fados e baladas de Coimbra.


    Lela

    Están as nubes chorando
    Por un amor que morreu
    Están as ruas molladas
    De tanto como chovéu

    Lela, Lela
    Lelina por quen eu morro
    Quero mirarme
    Nas meninas dos teus ollos

    Non me deixes
    E ten compasión de min
    Sen ti non podo
    Sen ti non podo vivir

    Dame alento das tuas palabras
    Dame celme do teu corazón
    Dame lume das tuas miradas
    Dame vida co teu dulce amor


    Ouçamos Lela na adaptação do galego Carlos Núñez e voz da portuguesa Dulce Pontes.

    sexta-feira, 15 de abril de 2011

    Sempre Galiza! - wiki-faq AGAL (6) : Questões linguísticas – Teoria – Identidade e categorias


    publica-se às 3ªs e 6ªs
    coordenação Pedro Godinho


    wiki-faq do reintegracionismo

    ( http://agal-gz.org/faq/ )




    Teoria

    Identidade e categorias

    Galego e português, umha ou duas línguas?

    É opinável. Trata-se de umha questom social, nom filológica, e quando entramos no terreno do humano, entramos no terreno da opiniom.

    De um ponto de vista histórico, no noroeste da península (Galiza e norte de Portugal) nasceu umha língua que avançou para sul até o Algarve e daí espalhou-se polos oceanos. Ocorreu que as três principais variedades seguírom destinos diferentes. A galega, em contraste com a de Portugal ou o Brasil, nom se transformou na língua social e nacional dos galegos, ocupando esse lugar o castelhano.

    De um ponto de vista social, as variedades de Portugal e do Brasil nom som assumidas e utilizadas pola maioria dos galegos e das galegas como pertencentes ao nosso património lingüístico, em parte pola escassa vitalidade social da variedade galega, em parte polo ideário espalhado polo galego ilg-rag. Desse mesmo ponto de vista social, a variedade galega é sentida e vivida como dependente a respeito da língua castelhana.

    Estamos no lugar em que estamos. Ora, queremos ficar aqui ou queremos avançar? Essa é a pergunta que nos temos que fazer.

    É o galego um dialeto do português?

    Para nós, galego e português som duas expressons da mesma língua. Chamá-la de umha forma ou outra é umha questom de nomenclatura.

    Quando umha língua tem certa extensom geográfica ou está presente em vários estados, costumam existir diferentes variantes com traços peculiares. A nossa língua, que na Galiza é chamada de galego e que recebe internacionalmente o nome de português, tem diferentes variantes, e cada umha delas realiza-se de umha forma diferente. De facto, nom falam da mesma forma umha pessoa da Costa da Morte, de Lisboa, da Madeira, de Salvador de Bahia ou de Luanda. Cada umha delas usa diferentes variantes da nossa língua com o seu sabor peculiar. Todas elas som variantes da mesma língua, ou seja, dialetos. Por outras palavras, o galego é o português da Galiza da mesma forma que o português é o galego de Portugal.

    Para aprofundar sobre as variantes galego-portuguesas da Europa: http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/biblioteca/novaproposta.pdf

    Eu nom entendo o português. Como vai ser a mesma língua?


    Se ouvires os seguintes áudios, poderás comprovar como a questom da intercompreensom é um tanto relativa.
    1. Português padrom de Portugal
    2. Castro Laboreiro no norte de Portugal
    3. Lóvios no sul da Galiza
    4. Maçaricos na Costa da Morte
    5. Avanha perto de Santiago
    6. Galego urbano
    7. Castelhano padrom de Espanha

      As gravaçons permitem observar um contínuo que vai desde o padrom lusitano até o castelhano padrom (de Espanha) usados nos meios de comunicaçom atuais, passando por diferentes variedades de galego-português. Facilmente se observa que o galego-português rural da Galiza (3,4,5) está mais próximo de algumhas variedades do galego-português rural de Portugal (2) que de certas variedades do galego urbano (6). No entanto, provavelmente, boa parte dos urbanitas galegos tenhem menos dificuldade para entender este galego castelhanizado do que a língua de muitas das nossas aldeias.

      Na realidade a intercompreensom no primeiro contacto nom serve de base para afirmar que duas variedades sejam ou nom a mesma língua. Sirvam estes exemplos.

      Se por português entendemos as outras variantes da nossa língua, nomeadamente a de Portugal e do Brasil, a dificuldade da compreensom deriva de dous factos:
      1. O grau de castelhanizaçom da nossa variedade e das nossas falas particulares. Muitas vezes usamos palavras castelhanas onde eles usam palavras genuínas.
      2. O grau de contacto escrito e oral. Toda variedade diferente da própria tem um sabor e umha música peculiar. Familiarizar-se com ela exige doses de contato.
      De média, um cidadao/á da Galiza tem um contacto sensivelmente maior com os diferentes sabores do castelhano do que com variantes da língua da Galiza. Para além de esperar por medidas institucionais, é bem melhor alterar isto individualmente, quer através do contacto pessoal quer através dos produtos emanados das sociedades em questom: textos, música, audiovisual, internet…

      Para escrever reintegrado é preciso muito esforço, é quase como aprender umha língua diferente...

      O esforço relativo tem a ver com que o código ortográfico em que fomos educados maioritariamente é o do castelhano. Devemos perguntar-no se vale a pena fazer o esforço de aprender outro código e a resposta é positiva porque o reintegracionismo é mui rentável, individual e socialmente.

      Umha das vantagens do galego llg-Rag a respeito do galego-português é que é mais fácil. A natureza da sua maior facilidade assenta em dous factos:
      1. Está muito mais próximo do castelhano.
      2. A quase totalidade dos galegos e das galegas fomos alfabetizados em castelhano.
      O galego reintegrado ou português da Galiza, ao ter umha dose de castelhano mínima e grandes doses de formas genuínas, requer umha aprendizagem, a mesma aprendizagem que exige aprendermos umha língua diferente do castelhano com a diferença da familiaridade, ao tratar-se da língua própria da Galiza.

      É interessante notar que o ponto de partida nom é o mesmo para todas as pessoas. Aquelas com um galego mais genuíno e/ou com contacto com falantes de outros países e habituadas a utilizar os seus produtos terám a maior parte do caminho feito.

      Um dos nossos objetivos como sociedade é que seja o sistema educativo o que ensine a galegas e galegos a língua portuguesa e o nosso governo o que promova os relacionamentos humanos e culturais com os outros países que falam a nossa língua. Por enquanto, um pouco de estudo nom fai mal a ninguém e hoje existem formas entretidas de aprender

      Livros para aprender:


      Umha naçom, umha língua?

      Se revisamos o mapa linguístico do mundo, logo nos aperceberemos de que a equaçom 1 língua = 1 naçom é umha exceçom. Sirvam alguns exemplos mais ou menos conhecidos para certificar esta afirmaçom:
      • O português é língua oficial e/ou nacional em 10 estados (Brasil, Portugal, Angola…)
      • O castelhano é língua oficial e/ou nacional em 21 estados. (México, Argentina, Espanha…)
      • O árabe é língua oficial e/ou nacional em 29 estados. (Iraque, Sudám, Marrocos…)
      • O alemám é língua oficial e/ou nacional em 10 estados. (Alemanha, Áustria, Suíça…)
      • O francês é língua oficial e/ou nacional em 23 estados. (França, Canadá, Madagáscar…)
      • O inglês é língua oficial e/ou nacional em 53 países. (EUA, Austrália, África do Sul…)
      Por outras palavras, países imensos como o Brasil ou os Estados Unidos da América compartilham língua nacional com países de dimensões bem mais reduzidas como Portugal ou Inglaterra. Portanto, ter o monopólio de umha língua nom é sinónimo de mais ou menos naçom.

      A questom realmente é outra: qual a melhor estratégia para criar umha língua nacional da Galiza tomando como base os falares galegos? Se temos em conta que:
      1. O referente de oposiçom é o castelhano, que é a língua que está a substituir a nossa.
      2. O português é uma variante da nossa língua que tivo êxito tornando-se língua nacional de vários países.
      O mais eficaz parece ser criarmos um modelo de língua o mais genuíno possível (a respeito do castelhano) tomando como base o português de Portugal e do Brasil.

      Se o galego e o português som a mesma língua, que nome lhe damos?

      Na Galiza a nossa língua recebe o nome de galego e internacionalmente o nome de português. A questom seria, devemos na Galiza utilizar unicamente a denominaçom de galego ou alternar esta com o de português ou português da Galiza?

      Som numerosas as línguas que som oficiais em vários países e na maioria dos casos existe umha única denominaçom: inglês, francês, árabe ou suaíli.

      As exceçons existentes, para além do caso particular do castelhano/espanhol, evidenciam um nexo comum que se vê nos casos do catalá/valenciano, romeno/moldavo, servo/croata ou ocitano/provençal. O que une estes casos e ainda outros é o facto de a unidade da língua estar em questom. Nos casos concretos do catalá/valenciano e romeno/moldavo, evidenciou-se ainda algo mais: umha estratégia do estado em que estava inserida a variedade mais fraca (Espanha e URSS respetivamente) promovendo a sua separaçom a respeito das variedades mais fortes.

      Em conclusom, se o que se trata é de afirmar a unidade da nossa língua e elevar o seu estatuto, seria eficaz começar a utilizar a denominaçom de português e português da Galiza ao lado da de galego.

      As instituiçons linguísticas da Galiza afirmam que o galego e o português som duas línguas diferentes, estám enganadas?

      A ideia de o galego e o português serem línguas diferentes nom assenta numha base científica. A razom de ser dessa afirmaçom tem umha origem política, isto é, tem a ver com a ideia de língua, e portanto o projeto de País, que se defenda. A saúde do galego nunca foi umha prioridade dos nossos governos.

      Estes, por agora, tenhem-se conformado com umha língua subordinada ao espanhol, e um dos principais indícios dessa subordinaçom é a consideraçom do galego como umha língua minoritária, limitada às fronteiras do Estado. De facto, a opiniom dessas instituiçons lingüísticas podia ter sido outra, se nos anos 80 tivessem triunfado as ideias do galeguismo anterior a 1936. Para este galeguismo, o galego nom era umha língua minoritária: tinha muitas outras variantes espalhadas polo mundo com as quais devia relacionar-se, para fortalecer-se sem renunciar a nengumha das suas peculiaridades.

      As pessoas teriam que ir a Portugal aprender o galego?

      O galego é a língua da Galiza e o melhor lugar para a aprender é a própria Galiza. Ainda existem núcleos mui fortes de galego-falantes que preservam a língua na sua forma mais genuína e devemos aproveitá-los e usá-los como modelo para construir o galego moderno.

      No entanto, devemos ter em conta que a nossa língua na Galiza está a sofrer um avançado processo de substituiçom lingüística enquanto em Portugal ou no Brasil nom acontece tal. Por isso, o conhecimento em profundidade das particularidades e variantes lingüísticas de outros países de língua portuguesa e o seu uso podem também ser de muita utilidade para fortalecer as nossas falas. Igualmente, toda interaçom com os produtos culturais e, de todo o tipo, que emanam das sociedades portuguesa, brasileira…vai vir em beneficio de um galego mais genuíno e menos castelhanizado.

      Sendo umha língua minoritária, o galego é tam importante como qualquer língua falada por centos de milhons de falantes...

      Todas as línguas do mundo deveriam merecer exatamente o mesmo respeito; as pessoas reintegracionistas, em geral, caraterizam-se por estarem especialmente sensibilizadas com o porvir do galego, e normalmente estám intensamente implicadas na defesa das línguas em situaçom minorizada.

      O que acontece é que nós nom pensamos que o galego seja umha língua pequena, nem minoritária, e portanto parece-nos ilógico isolar-se do mundo quando nom existe nisso nengumha vantagem. Já que temos a sorte de contar com umha língua que, apesar de minorizada na Galiza, conseguiu desenvolver-se plenamente noutros estados, aproveitemos os recursos que daí se derivam: aproveitemos a possibilidade de viver em galego muito mais.

      Queredes substituir o colonialismo madrileno polo lisboeta?

      O reintegracionista médio é contra todo tipo de colonialismos.

      Na Galiza está a desenvolver-se um processo de substituiçom lingüística em que a nossa língua (A) está sendo suplantada por umha outra (B), que é a oficial em todo o Reino de Espanha. A estratégia reintegracionista nom pode substituir A por B, como está a fazer o castelhano, porque a língua de Portugal e do Brasil é a mesma que a da Galiza com os seus sabores particulares, seriam portanto (Á).

      O que se trata é de construir um formato de língua nas coordenadas do nosso sistema lingüístico e nom nas coordenadas de umha outra língua que, por acaso, está a substituir a nossa. O que se trata é de preencher as nossas carências internamente com Á e nom externamente com B.

      Seja como for, os galegos e as galegas nunca falaremos como os naturais de Lisboa. O que nom está tam claro é se acabaremos sendo monolingues como em Madrid.

      Na Galiza e em Portugal nom falamos igual

      Ainda bem, se assim fosse seria um caso difícil de explicar e talvez tivéssemos que indagar nas ciências ocultas.

      Quando umha língua se estende por um território, as formas de falá-la mudam de um espaço para outro. No Brasil e em Portugal fala-se a mesma língua bem como no México e na Argentina, e, ao mesmo tempo, nom “falam igual”. De facto, o português de Portugal é de difícil compreensom para o brasileiro médio, o que nom sucede à inversa. Isto ocorre em todas as línguas com um mínimo de extensom.

      As diferenças dialetais entre diferentes variedades afetam fonética, gramática, léxico e pragmática e som consubstanciais a qualquer língua com umha extensom mínima.

      O que fai que duas variedades sejam ou nom a mesma língua nom é facto de serem iguais nem sequer parecidas como constatam o caso do alemám, o chinês ou o árabe por umha parte ou o servo-croata pola outra. Nos primeiros casos existem variantes que nom compreensíveis entre si e no caso do servo-croata, polo contrário, existe compreensibilidade mas estám-se a gestar várias línguas.

      Ser a mesma língua é umha questom política, nom filológica, é social, nom formal.